quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Cristiano Ronaldo: brasileiro, português ou ambos?

A Nike está com uma nova peça publicitária sobre o provável próximo "Melhor Jogador do Mundo". A eleição da Fifa é só mês que vem, mas quase todos dão como certa a vitória do jogador português. Português?



Muito bem produzidos, os três vídeos vídeos disponíveis jogam com o estilo pessoal e de jogo do madeirense mais famoso do mundo nos relvados. O sotaque português das personagens não é dos mais carregados - até porque a campanha é canarinha -, mas os cenários e tipos estão muito bem representados.

Além deste, os outros dois vídeos jogam com a idéia de que o Ronaldo lusitano tenha iniciado a carreira no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro.



Cristiano, um autêntico português nascido na Madeira, já várias vezes manifestou ser fã do futebol brasileiro e dos nossos Ronaldos. Reúne traços de ambos - a habilidade e a espontaneidade do Gaúcho e o faro de gol e velocidade do Fenômeno -, mas ainda lhe falta a maturidade, o poder de decisão e a personalidade dos grandes jogadores da história do futebol.

O sobrenome (ou apelido), mote do segundo vídeo, embora faça com que as compareções sejam inevitáveis, é uma homenagem do pai ao 40° presidente norte-americano, Ronald Reagan.



Tanto as qualidades como os defeitos do habilidoso português realmente se assemelham às características do nosso futebol, mas a verdade é que Cristiano Ronaldo é o reflexo do a(c)tual futebol português. Sobra habilidade, futebol envolvente e bonito, mas falta - e muita - obje(c)tividade, organização em campo e marcação.

Some as últimas derrotas contra o próprio Brasil e a Dinamarca com a eliminação frente a Alemanha na última Eurocopa e temos sinais claros da fragilidade lusitana. Assim como em nossa seleção nacional, sobra talento e falta resultado.

É o futebol a nos evidenciar como nós, portugueses e brasileiros, ainda somos os mesmos - mesmo que o Atlântico nos separe.

domingo, 23 de novembro de 2008

O ritmo da fotografia na terceira dimensão



1976 foi criado pela Left Channel para a música do RJD2 (My Space) do artista. A qualidade do Left Channel - um estúdio de Colombus, Ohio, que se auto-intitula "a motion + design studio comprised of multidisciplinary graphic designers" (um estúdio de design e movimento composto por designers gráficos multidisciplinares, em tradução livre) em seu blog - é impressionante. Um trabalho mais soberbo que o outro, capaz de relegar a própria música de um vídeo clipe à coadjuvante de uma experiência audiovisual única.

Todas as imagens fazem parte de um trabalho fotográfico de Havana desenvolvido pelo estúdio e a forma como "passeamos" pelas fotografias e pelos elementos que as compõem impressiona pela qualidade. A sincronização imagem/som e os cortes entre planos são dignos de serem citados, também. De acordo com os próprios criadores, "we decided not to burden the viewer with too many visuals, but instead rely on the strong compositions in each photograph to create the magnetism" (decidimos não sobrecarregar o telespectador com muitos recursos visuais, mas, sim, confiar nas fortes composições de cada fotografia para criar o magnetismo).

Apesar de se tratar de um vídeo clipe, descobri o 1976 pelo excelente Media Storm, proje(c)to patrocinado pelo Washington Post que hibridiza a fotografia com outras mídias e abre novas possibilidades de absorção da informação. Os múltiplos suportes como forma de transmitir conteúdo - nesse e nos outros vídeos disponíveis - potencializa o poder de experimentação do usuário a um novo patamar.