Preconceito, racismo e xenofobia: três realidades portuguesas

Admito que sou diplomático na medida do possível e sempre procuro entender todos os pontos de vista de uma questão polêmica. Mas ontem, confesso, foi a gota d'água.

Para quem não sabe ou não me conhece, moro em Lisboa atualmente porque estou a fazer intercâmbio em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa (UNL). Trabalho nos finais de semana como fotógrafo de casamentos por prazer à fotografia e para ter uma renda extra esporádica.

Ontem trabalhei em mais um casamento e, já no final do trabalho, quando vendíamos as fotografias expostas, o operador de vídeo e uma espécie de 2° chefe diz: "não se vende fotografias à cobrança (sic) nem para brasileiros, nem para pretos".

Portugal é um país excelente, Lisboa é uma cidade linda e o intercâmbio têm sido uma experiência fantástica e única na minha vida. Há portugueses excelentes que não merecem o rótulo, também, pois toda generalização é burra. Mas eu nunca vi um povo tão mesquinho na minha vida.

Eu nunca vi um povo tão preconceituoso, xenófobo e racista na minha vida. Não só com pretos e brasileiros, como foi inaceitavelmente explícito ontem, diga-se de passagem. Sou brasileiro e me orgulho de ter nascido no Brasil. Mais do que isso, não consigo conceber como que alguém possa pensar que a cor da pele define o caráter de uma pessoa.

É melhor parar por aqui esse post antes que eu acabe escrevendo tudo o que penso sobre os portugueses que não honram o passado e cultura que possuem como nação. Mas que fique devidamente publicada a minha indignação, pois estes portugueses, infelizmente, me parecem ser a maioria.