terça-feira, 8 de abril de 2008

A tocha olímpica e o ocidente

A tocha olímpica continua dando o que falar. Depois da série de protestos em Londres, mais de 30 detenções, um extintor de incêndio e a tocha ter sido arrancada da mão da apresentadora do programa infantil "Blue Peter", Konnie Huq, hoje foi a vez de Paris. E o franceses não deixaram por menos.

A tocha se apagou por três vezes, milhares de pessoas foram às ruas (assim como em Londres e provavelmente em todas as outras cidades por onde a "chama olímpica" passar), todos os acessos à Torre Eiffel - ponto de partida da tocha - foram bloqueados e uma faixa foi colocada na fachada da prefeitura com os dizeres "Paris defende os Direitos Humanos em todo o mundo" a pedido do próprio prefeito parisiense, o socialista Bertrand Delanoë.

Apesar do contingente reforçado de 3 mil policiais, barcos de patrulha no rio Sena e até um helicóptero, os 28 quilômetros do trajeto previsto foram conturbados. Inicialmente planejado para ser percorrido em 4 horas, 1 hora após deixar a Torre Eiffel havia-se percorrido 2 quilômetros do percurso.

Em trechos de maior aglomeração ela teve que ser levada dentro de um ônibus até que, após cancelar a passagem em frente ao Parlamento francês onde milhares de manifestantes se reuniam e passar pelo Arco do Triunfo, as autoridades chinesas cancelaram o revezamento. Ao final da tarde a chama olímpica segiu para São Francisco, nos EUA, próxima cidade do "revezamento".

Atentos, os responsáveis pela passagem da tocha olímpica por Cambera, capital - e única cidade - da Austrália a receber o objeto, já anunciaram que medidas serão tomadas para que não ocorram incidentes como estes. O trajeto inicial já foi alterado, mas o novo não foi divulgado.

Pelas ruas de Paris e Londres, além das confusões, faixas e gritos de "Free Tibet!", estava presente a famosa bandeira negra que, em alusão à bandeira olímpica, traz 5 algemas entrelaçadas no lugar dos círculos que representam os continentes. Ativistas da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) chegaram, inclusive, a escalar e esticar uma bandeira na Torre Eiffel.

A bandeira ficou famosa após um protesto da própria RSF durante a cerimônia de acendimento da tocha em Olímpia, na Grécia, mês passado.

Resta saber agora onde será o próximo show. Os protestos serão tão intensivos nos EUA como foram na Europa?

Será a opinião pública e as pressões políticas ocidentais capazes de intimidar o governo chinês e fazê-lo voltar atrás e abrir diálogo com sua "reigão autônoma"?

Seria o ideal, mas sou cético quanto a isso. Perguntas que só o tempo (e os protestos) pode(m) responder.

As fotos foram gentilmente copiadas do site do Estadão e, a do ônibus, do Terra.

Um comentário:

sampaio disse...

è isso aí filho... " Free Tibet " !
Pai !